Uma decisão dupla.

Para decisões serem tomadas é preciso pensar muito e sempre são altamente difíceis de serem concebidas, mesmo sendo meu trabalho definir muitas ações para marcas e empresas, quando o assunto é particular o planejamento é muito maior.

É a sua vida que está em jogo, seja profissional ou particular ela dirá muito sobre quem você é e como encara a realidade. Depois de uma semana de férias decidi compartilhar uma decisão importantíssima na minha vida, provavelmente a mais séria nos meus vinte anos. Sai do mercado publicitário das agências depois de apenas dois anos inserido e 6 de estudo (concluo a graduação de publicidade no fim deste ano), eu sei que não é muito tempo e há muita gente me condenando por isto. Gosto muito de planejamento estratégico e continuarei farendo isto no meu emprego atual, porém em Curitiba (e sinto que no Brasil inteiro) o modo como as agências (principalmente os profissionais) encaram o planejador é muito diferente de como encaro e, antes que eu fosse conhecido como o “iludido” ou até mesmo como “sonhador” preferi sair. Muita coisa pesou, meu filho a chegar, o baixíssimo salário para os planejadores, os abusos de horas extras que nunca serão acertadas e muita pressão para pouca coisa.

Passei por agências de todos os tamanhos (ao total foram 6, todas com filosofias bem distintas) e foi sempre igual, planejadores fazendo trabalho do mídia, da criação, da produção e muito do atendimento. Algumas até entendo que a desorganização fosse grande e por todo planner ter mania de organizar as coisas querendo sempre tornar tudo mais organizado, acaba por ajeitar a m… que alguém deixou, mas isto fica praticamente impossível quando o ego dos outros departamentos atrapalha ou até mesmo quando a superiorização de cargos afeta e acredita que pode maltratar quem é estagiário, assistente ou até mesmo gerente. É um desrespeito por completo. Hoje eu entendo os milhares de estudantes de publicidade que amam o curso, mas odeiam agências. Ser publicitário é  como ser artista, mas ao invés de criar artes e ir para a rua vender, nos sujeitamos às agências. Abaixamos a cabeça e concordamos com tudo que é fora da lei ( e até das nossas condições como profissionais) para trabalhar em agência de comunicação. A competitividade é tão grande e a paixão maior ainda que tudo fica bem. O pior é saber que ainda tem gente que acredita ser cool, descolado ou qualquer adjetivo hype para dizer que ficou até mais tarde na agência.

Boa sorte aos bravos guerreiros que continuam a base do café e da pizza (paga por eles próprios) em busca de alguma satisfação profissional.